Uma tragédia tomou conta da ilha indonésia de Java no dia 29 maio de 2006: naquela noite, um vulcão de lama entrou em erupção na região, uma fenda se abriu no solo e passou a expelir grandes quantidades de água, lama fervente e gás natural, o que causou a morte de 13 pessoas.
A piscina fumegante criada pelo vulcão Sidoarjo, batizado em referência à região da Java Oriental onde surgiu, rapidamente cobriu mais de 25 km² de terra e está crescendo a uma taxa estimada de 50 mil m³ a cada dia — o equivalente a uma dúzia de piscinas olímpicas. Segundo cientistas, espera-se que o vulcão de lama continue em erupção por talvez mais 20 anos. Porém, como é que ele surgiu? Veja só!
Perigo para os habitantes
(Fonte: Eka Dharma/AFP/Reprodução)
Assim que a erupção do vulcão Sidoarjo se intensificou, a lama começou a se espalhar pelos campos da Java Oriental. Com medo do que poderia acontecer, os residentes evacuaram a região na esperança de esperar o incidente com segurança. Porém, a explosão de lama nunca foi interrompida.
Semanas depois da primeira erupção, a lama continuava se espalhando pela ilha e envolvendo aldeias inteiras. Em uma medida de desespero, o governo indonésio começou a construir diques para conter a lama e impedir que ela se espalhasse. A iniciativa conseguiu interromper a avalanche de resíduos, mas não antes que o fluxo de lama destruísse uma dúzia de aldeias e forçasse 60 mil pessoas a se mudarem.
De acordo com pesquisadores, a “lama Sidoarjo” é um exemplo de uma característica geológica conhecida como vulcão de lama. Esse fenômeno ocorre quando uma combinação de lama, fluidos e gases entra em erupção na superfície da Terra. O termo “vulcão” é apenas uma comparação com os vulcões ígneos, onde a rocha derretida vem à superfície.
Vulcões de lama
(Fonte: Mochammad Risyal/AFP/Reprodução)
Em muitos casos, a lama liberada por esse tipo de “vulcão” borbulha até a superfície de forma bastante silenciosa. Porém, algumas erupções podem ser bastante violentas, sem contar que a maior parte do gás que sai de um vulcão de lama é metano — altamente inflamável. Portanto, esse gás pode acabar entrando em chamas e criar espetaculares erupções de fogo.
Esse tipo de vulcão não é muito conhecido na maior parte das Américas, mas é relativamente comum em outras partes do mundo, incluindo Indonésia, Azerbaijão, Trinidad, Itália e Japão. Eles se formam quando fluidos e gases se acumulam sob pressão dentro da Terra e encontram uma rota de fuga para a superfície por meio de uma rede de fraturas no solo.
Então, os fluidos sobem por essas rachaduras, carregando lama com eles. Além de serem fascinantes por si só, os vulcões de lama também são úteis para os cientistas como janelas para compreender as condições do interior do planeta. Esses vulcões podem envolver materiais de até 10 km abaixo da superfície da Terra, de modo que sua química e temperatura podem fornecer informações úteis sobre os processos que acontecem embaixo do solo e não seriam revelados de outra maneira.
