Restos de tigre-da-tasmânia são encontrados após 86 anos

Restos de tigre-da-tasmânia são encontrados após 86 anos

Os restos mortais do último tigre-da-tasmânia conhecido no mundo, o qual era chamado de “Benjamin” e foi considerado perdido por décadas, foram redescobertos recentemente em um armário de um museu na Austrália. O animal havia morrido no zoológico de Beaumaris, em Hobart, na noite de 7 de setembro de 1936 e seu corpo foi descartado em sequência.

Após uma análise minuciosa, pesquisadores perceberam que seu esqueleto tinha entrado para a coleção do Museu e Galeria de Arte da Tasmânia (TMAG) naquele mesmo ano, mas não foi devidamente catalogado. Após 86 anos de espera, o mistério foi finalmente resolvido. Conheça mais sobre esse caso!

Anos de busca

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

De acordo com o relato fornecido pelo pesquisador Robert Paddle, diversos curadores passaram anos procurando pelos restos mortais do tigre-da-tasmânia sem ter nenhum sucesso. Segundo as primeiras análises feitas, nenhum material de tilacino — gênero da espécie — datado de 1936 constava nos registros na coleção zoológica. Logo, assumiu-se que seu corpo tinha sido descartado.

No entanto, investigações mais recentes feitas por Paddle e por Kathryn Medlock, curadora de vertebrados do TMAG, revelaram que os restos mortais do último espécime de tigre-da-tasmânia conhecidos estavam dentro do museu, dando fim a um mistério que se prolongou por gerações.

Medlock afirmou que descobriu o relatório de um taxidermista que não foi publicado no relatório anual do museu entre 1936 e 1947, o qual mencionava um tilacino entre a lista de espécimes trabalhados. Então, os pesquisadores tiveram que revisar todas as peles e esqueletos existentes na coleção do TMAG para conectar as pontas do caso. Como o animal havia sido preparado por um taxidermista, ele acabou sendo listado como um “espécie de educação” em vez de um “espécie de pesquisa”, gerando uma enorme confusão.

Exibição no museu

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons)

Em sua fala, Paddle afirmou que o tilacino em questão era uma fêmea idosa que havia sido capturada pelo caçador Elias Churchill no sul da Tasmânia e vendida ao zoológico em maio de 1936. Na época, a venda não foi registrada ou divulgada pela instituição porque a captura desse tipo de animal em terra já era considerada ilegal, o que poderia acarretar uma multa para Churchill.

O tigre-da-tasmânia viveu apenas alguns meses no local. Após sua morte, seu corpo foi transferido para o TMAG. Sua pele foi involuntariamente usada no passado para ensinar aos alunos sobre marsupiais. Segundo Paddle, a redescoberta desse animal acaba com a teoria de que o último espécime era um macho muito fotografado e filmado, muitas vezes referido como “Benjamin”.  

Durante a época da colonização europeia na Austrália, recompensas foram colocadas nos tilacinos, descritos como criaturas noturnas e tímidas, por conta das preocupações de que essa espécie atacava o gado na Tasmânia. Após os recentes achados, a pele e o esqueleto do último tigre-da-tasmânia conhecido foram colocados em exibição pública no museu, onde os visitantes poderão apreciá-lo após 86 anos de espera.